sábado, 2 de junho de 2012

Flertando sozinho

Numa tarde ensolarada em São Paulo, eu aguardava numa esquina para atravessar a rua. O semáforo fechou para os carros e comecei a caminhar pela faixa de pedestres. Ainda nos primeiros passos me deparei com um lindo par de olhos que me observava por detrás do parabrisas. Continuei caminhando, mas agora sem perder a conexão que me parecia ir tornando-se cada vez mais forte.



À medida em que eu avançava, os pescoços precisaram se ajustar para que os olhos não perdessem a conexão. Cheguei do outro lado e ao passar então ao lado daquele carro notei que não eram somente os olhos que participavam daquela conversa.

Discretamente, uma delicada mão pegava a bolsa que estava sobre o banco do passageiro e a escondia no chão atrás do seu próprio banco.

Bobinha... o que eu queria roubar dela nem estava dentro daquela bolsa.

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