Numa tarde ensolarada em São Paulo, eu aguardava numa esquina para atravessar a rua. O semáforo fechou para os carros e comecei a caminhar pela faixa de pedestres. Ainda nos primeiros passos me deparei com um lindo par de olhos que me observava por detrás do parabrisas. Continuei caminhando, mas agora sem perder a conexão que me parecia ir tornando-se cada vez mais forte.
À medida em que eu avançava, os pescoços precisaram se ajustar para que os olhos não perdessem a conexão. Cheguei do outro lado e ao passar então ao lado daquele carro notei que não eram somente os olhos que participavam daquela conversa.
Discretamente, uma delicada mão pegava a bolsa que estava sobre o banco do passageiro e a escondia no chão atrás do seu próprio banco.
Bobinha... o que eu queria roubar dela nem estava dentro daquela bolsa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário